Estamos em Hamburgo há quase um mês agora. Já vivenciamos ir ao supermercado, andar de metrô, andar debaixo de chuva sem guarda-chuva, atravessar a rua com tranqüilidade na faixa de pedestres com a certeza absoluta de que nenhum carro virá em velocidade alta a ponto de não conseguir frear, e nem que o motorista estará afobado e provavelmente atrasado, para não conseguir parar o carro. Já fomos a vários parques com as meninas. Mesmo em dias de mudança, reservávamos algumas horas para caminhar até o parque debaixo de um sol tímido porém confortável, que em dias se tornou até quente, para ver a Carolina e a Isa brincarem no escorrega, balança, e até mesmo numa tirolesa. Ficamos surpresas em ver que aos Domingos, vários pais (quero dizer não mães) estavam nos parques com seus filhos...em países machistas somente mães se ocupam de levar os filhos ao parque, principalmente sem a ajuda de ninguém. Notamos também que todas as crianças usam algo na cabeça. Gorros de lã no frio, bandanas no calor, bonés... Ficava assim bem fácil distinguir as “nossas” do resto por causa dos cachos soltos ao ar, às vezes gélido, de Hamburgo.
O ritmo aqui é bem outro. Talvez isto seja a coisa mais marcante que já percebi até agora (fora, é claro , o quanto a cidade é limpa e arborizada). Não podemos afirmar que as pessoas aqui sejam melhores seres humanos, isto seria uma bobagem , ingenuidade, preconceito! Mas sim, podemos notar que, com mais facilidade, sorriem, agradecem, esperam a vez no farol, na fila, no convívio de cada dia...existe uma maior disponibilidade. A vizinha já tocou a campainha duas vezes...interessando-se em ajudar. A Isa foi à escola hoje pela segunda vez. Quando cheguei para buscá-la, a mãe de uma colega, recém nova amiga, se dispôs a levá-la para brincar...e após duas horas a devolveram em casa .
Alguns hábitos causaram-nos estranheza, mas já estamos nos apropriando deles. Quando chegamos em casa, tiramos os sapatos e transitamos descalços, de meia ou chinelos. Isabella após o primeiro dia na escola disse “Mãe, à partir de hoje não me compre mais meias brancas, por favor” achei esquisito...”Por que?” perguntei com tremenda curiosidade. “Na escola eu era a única boba ali de tênis o dia todo. A maioria dos alunos tira os sapatos e andam ali dentro somente de meia”.
Quando me levaram a conhecer a escola, passei pela sala dos menores (de 3 anos de idade). Em pequenos quadrados estavam seus sapatos “sujos” de fora, dentro da classe usam outros confortáveis e quentinhos, e no corredor havia uma fileira de galochas e outra fileira de capas de chuva. “As crianças saem para brincar duas vezes ao dia, faça sol ou faça chuva”, foi o que ouvi.
Gostaria de poder fazer um “cópia-cola” do silencio daqui para vocês ouvirem... ou não ouvirem!! Andar entre tantas árvores com o as folhas cintilando ao sol...perceber o quanto a copa da árvore pode te proteger da chuva, ter o olhar suficientemente tranqüilo para poder perceber tudo isso, e além disto os pássaros, as nuvens, o olhar do velhinho que passa , a velocidade de dar inveja da senhora que , com o exercício constante, anda mais veloz...
São 23.03 hrs. Em casa todas e mais o meu “rei” dorme...Eu também, neste ritmo de água que passa pelo riacho, vou dormir. Que todos aí no Brasil também durmam em paz...um abraço forte , forte em pensamento.
... how amazing! It is truly 'a whole new world', eh! So glad hyou all are adjusting well to this new environment ... and accepting the differences as a positive thing into your lives. Keep us readers updated to all what goes on with you ... be them good or not so good news. I'll always be on your side! Saudades ... Bjux~
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