quinta-feira, 30 de junho de 2011

As mil faces de Carolina e suas fantasias...

Pequena Baronesa










Carolina é uma criança muito intensa, viva...Numa noite, enquanto o pai dormia, nós meninas nos deliciamos vestindo a Carolina com várias fantasias..e ela entrou na brincadeira, ehm...nós entramos! Uma como se brincasse de vestir uma boneca, outra realizando-se em fazer penteados, a outra na máquina de fotos...

VIAGEM PARA UM NOVO MUNDO

Eis que finalmente chegou o dia. A espera tinha sido longa e nada fácil . Vivemos meses de “stand by” tudo ao aguardo deste momento, de nossa ida definitiva para outro país. Beatriz coitadinha, nasceu no meio de toda essa confusão. Mesmo com somente um mês e meio , já tinha nos surpreendido com uma doença que a levou a ser internada por um bocado de dias num dos vaivens do pai a São Paulo. Nosso estado de espírito era de quem embarcaria para uma grande aventura, agora não tem mais volta...e ufa! Acabou a espera, vamos lá que eu quero ver o que nos aguarda!! Pegar avião para nós não era novidade, nem viajar com crianças...mas com uma criança de dois anos e outra de um mês ... E mais a bolsa, a outra bolsa, o carrinho a ser despachado, os casacos... Posso dizer que a viajem foi "moleza", todas as crianças dormiram e conseguimos de algum modo comer como qualquer outro passageiro durante o vôo. Até mesmo a espera no aeroporto em Paris pela nossa conexão foi tranqüila, nosso sobe e desce aqui e ali com carrinho, bolsa grande, bolsa média, o carrinho, o papagaio...ah, não! Por sorte não trazíamos papagaio!!
Do avião se viam casinhas escondidas entre uma árvore e outra..num vale de árvores . Pousamos em Hamburgo. Nosso pensamento : Missão cumprida, chegamos! Mal sabíamos do que nos aguardava para finalizar o dia! Ao pousarmos já tínhamos um plano (arquitetado obviamente pelo especialista em logística). Mário se direcionou ao guichê de aluguel de carro (obs: deveria ser um carro “bem grande” para que coubessem todas as malas) enquanto eu , acompanhada de Beatriz no carrinho , fui ao supermercado dentro do aeroporto comprar alguns mantimentos para termos alguma coisa em casa para forrar o estômago. Entre uma indecisão e outra do que comprar finalmente consegui passar pelo caixa e empurrar o carrinho com algumas sacolas penduradas para ir ao encontro de Isa, Ana e Carolina que cuidavam dos nossos restantes 12 volumes (isso mesmo, contando com o carrinho eram 13!) . Neste momento Carolina já demonstrava sinais claros de exaustão e fome e resolveu acionar o sinal de alerta (vocês bem podem imaginar como uma criança faminta e cansada demonstra este desconforto, não é mesmo?) Já com a chave do carro na mão e sacolas de compras cheias (mais os 13 volumes) resolvemos comprar um sanduíche para cada para levar e comer com calma quando chegássemos . Carolina não podia esperar e começou a comer pedaços arrancados do sanduíche ali mesmo , no trajeto até o carro, que se encontrava no andar tal seguindo em frente, pegando um elevador, andando por um corredor ao ar livre e no frio, outro elevador, aperta o botão , sobe, empurra...ah! Achamos o carro! Nem tivemos tempo para ver quem tinha a melhor idéia...O vento gelado e a urgência de chegar em casa não permitia que nos comunicássemos para buscar uma solução: Nem metade das malas couberam no carro! Mario , Isa e Carolina faminta entraram no carro juntamente com as malas que nele couberam. Eu, Ana e Beatriz ficamos de fora com o restante das malas. Teríamos que buscar um taxi para chegar em casa, ah...e no caminho passar pela saída do estacionamento de carros alugados para mostrar o caminho para Mario pois nosso GPS estava bem guardado demais num dos 13 volumes. Pois bem, tarefa fácil! Empurra o carrinho de bebê , com o bebê dentro, mais o outro carrinho com as malas- elevador -anda no frio- cuidado! O bebe está soluçando de frio!! Cobre o bebê- anda-empurra- qual o caminho? - este aqui..nós viemos por aqui...TAXI - pronto! É só dizer “TAXI” ah, palavra mágica, internacionalmente conhecida... O bebê não pode subir no táxi sem a cadeirinha de bebê minha senhora...e agora? Fomos falar com a moça do guichê de informações dentro do aeroporto. Muito simpática. Se esforçou e ligou para a empresa de táxi para pedir um taxi com carrinho de bebê. “Sinto informar minha senhora, em toda a cidade de Hamburgo, não existe nenhum taxi com carrinho de bebê” O que faço? Hmmmm...pegue o metrô!
Numa segunda tentativa desesperada de conseguir ENTRAR num taxi qualquer, desta vez, o responsável pela subida de passageiros nos táxis que estava de plantão aceitou um bebê dentro do carro (vai entender!)Não perguntamos , é claro, por que esta diversidade de opinião . Não tínhamos tempo, e principalmente não tínhamos conhecimento algum de alemão para poder expressar qualquer vontade. Não sei como consegui explicar que eu iria num táxi com algumas malas e a Beatriz (o “volume-problema”!) enquanto Ana iria num outro taxi, mas para o mesmo endereço. Como se estivéssemos apostando uma corrida, entramos rapidamente nos taxis. O meu taxista era um velho rabugento de mal com a vida . Tão impaciente, que não me deixou tentar explicar que meu marido me aguardava na saída do estacionamento de carros alugados para saber o caminho. Tentei, mas foi inútil. Ele me disse, numa mistura de alemão e inglês mal-humorado , que não me entendia mas que me levaria ao lugar que eu tinha indicado apontando na correria com o dedo, o cartão afixado numa das malas. Por sorte, nas malas que a Ana carregava, também constava o endereço e ela conseguiu chegar. Passou este pensamento, entre outros trezentos mil que bombardeavam meus neurônios : e se ela não conseguir chegar? Como vamos encontrá-La? Como é que ela poderia nos encontrar se sequer celular tínhamos?
Pouquíssimos minutos de aflição se passaram no táxi e em seguida um grande alívio. O taxista achou facilmente o endereço, Mário já estava lá com Isa e Carolina...e Ana chegou minutos depois, com um sorriso de quem estava já se divertindo muito com toda a aventura!!!
Depois de tudo isso, levar os 13 volumes três andares acima sem elevador parecia uma caminhada no parque...bom, pergunte às nossas pernas...



* Na foto: Carolina "relaxando" no saguão de espera...